Amor, palavra muito utilizada e pouco compreendida. Muitas vezes quando vejo as pessoas conversando sobre o amor, a minha primeira impressão é a de estão falando de uma doença, em alguns casos, também, o problema de achar que não encontrou este sentimento, sem nem saber definir o que se chama amor.
Afinal, o que é o AMOR?
Amor
a.mor
sm (lat amore) 1 Sentimento que impele as pessoas para o que se lhes afigura belo, digno ou grandioso. 2 Grande afeição de uma a outra pessoa de sexo contrário. 3 Afeição, grande amizade, ligação espiritual. 4 Objeto dessa afeição. 5 Benevolência, carinho, simpatia. 6 Tendência ou instinto que aproxima os animais para a reprodução. 7 Desejo sexual. 8 Ambição, cobiça: Amor do ganho. 9 Culto, veneração: Amor à legalidade, ao trabalho. 10 Caridade. 11 Coisa ou pessoa bonita, preciosa, bem apresentada. 12 Filos Tendência da alma para se apegar aos objetos. Antôn: aversão, ódio.
A definição no dicionário é bem clara e positiva, mas o sentimento é um para cada pessoa, a interpretação e a entrega é muito particular. E é por isso que julgar o amor, seja seu ou do outro, independente da relação estabelecida, é um equívoco. Cada um mostra o que tem, da forma como aprendeu ou recebeu, e isso não tem a ver com intensidade – esse é um outro aspecto, tem a ver com forma de manifestar e sentir.
A intensidade também é um ponto interessante, pois ela é difícil de avaliar e, muitas vezes, a sua força tem a ver com o perder o autocontrole e expor sua sensibilidade. O fato é que nem todos nós estamos preparados para abrir mão do nosso comando emocional e isso não é um problema, mas sim um mecanismo de defesa muito utilizado nos dias atuais, nos quais o mundo gira muito rápido e somos cobrados por não demonstrar fragilidade – muitas vezes também confundido com sensibilidade. Infelizmente, ainda não existe a maquinista que para o mundo para que a gente possa descer, então o jeito é se adaptar e assumir o controle.
A ideia que quero passar é que não importa o que você sente, a intensidade ou o tipo de amor, o que realmente tem valor é se você entende que esse sentimento impulsiona a vida, colore o mundo, cuida do ser humano e que você deve fazer bom uso dele.
Identificar a sua compreensão do amor, entender que somos diferentes e que o RESPEITAR é, acima de tudo, uma das formas mais belas de AMAR, faz de você uma pessoa capacitada para receber o sentimento e esse é o melhor caminho para a saúde emocional sua e do outro. Aceitar que somos únicos, ricos em sentidos e emoções diferentes, é um aprender a complexidade do sentir. Não existe o amar mais ou menos, existe o amar de qualquer jeito e, se você compreende isso, a troca afetiva é sua consequência maior.
Nem sempre o fim de um relacionamento de amor tem a ver com falta de sentimento, muitas vezes está vinculado a uma mudança de cenário, de compreensão do mundo e seus objetivos nele. O relacionamento saudável naturalmente acontece quando a concepção deste sentimento, sua intensidade e o respeito das diferenças existem em ambas as partes. A sacada é que, o finalizar uma relação afetiva, ou não assumir uma, muitas vezes também é uma demonstração de amor.
Em meu consultório, diversas vezes, eu costumo perguntar sobre a concepção do amor aos meus clientes e, por incrível que pareça, nunca ouvi duas respostas iguais. Cada pessoa compreende o sentimento de uma forma, pela influência de seus valores, pela contribuição de sua família, pela maneira como foi amado e deseja ser. Se as formas são semelhantes, conjugar o sentimento a dois se torna mais fácil, o que não quer dizer que o difícil não tem valor, mas exige mais esforço.
Independente de qualquer interpretação, uma coisa é certa, o amor não é uma doença, nem como tal deve ser tratada. Não importa o que você tem como conceito desse sentimento, mas ele deve inspirar coisas boas. Sendo ele qual tipo for, o que importa é que é AMOR e se você o deseja, então receba e aprenda com ele.
Se todos nós tivéssemos essa compreensão do amor, possivelmente, a sensação de rejeição seria bem menor, a dependência afetiva poderia ser algo raro e o mundo seria muito mais humano.